terça-feira, 28 de maio de 2013



UM DIA TALVEZ


Sonho lhe encontrar
Nos seus olhos olhar.
Seu corpo tocar.
Desejo as correntes elétricas
que sua presença sempre conseguiu me provocar.
De tudo que se passa comigo nem posso falar...
A vida, o tempo ou
sei lá o quê
freios vem me colocar...
As sensações eu preciso controlar.
Mas elas dormem sob a minha pele.
Estão guardadas a espera da
liberação.
Quando vou lhe dizer que o desejo
me recordo
que ainda estou presa numa torre.
A senha que liberei me escapa
da  mão.
Eu o quero, mas preciso a
hora certa aguardar.
Há algo amadurecendo em mim.
Talvez em você também.
Não podemos nos aproximar.
Não desejo me afastar.
Nem quero que se afaste.
Tento lhe falar das coisas que estão
presas em minha garganta.
Mas a coragem me falta.
Sinto que nada posso dizer.
Só devo esperar... esperar e esperar...
Se há algo reservado para nós dois.
Tudo vai se acertar.
Um dia, estou certa,
Vamos nos encontrar.

sonia delsin 


CULPA?


Que culpa tenho eu se você me atrai?
Se precisei buscá-lo.
Se o encontrei enfim.
Que culpa tenho eu se o desejo?
Se sonho com seu beijo.
Se penso em você mais do que devia pensar.
Se sinto que preciso lhe encontrar.
Que culpa tenho seu se o nosso tempo não é esse?
Se nossos mundos são opostos.
Se desconhecemos as razões.
Se o espelho não reflete as respostas todas.
Que culpa tenho eu se o quero e não devia querer?
Se sonho e não deveria sonhar.
Se busco e não deveria buscar.
Se em seus braços desejo me jogar.

E quando vem a sensação de culpa não consigo me justificar.

sonia delsin



EU TE PROPUS

Quando te encontrei
como te desejei.
Um desejo louco,
pois que não te conhecia
nem um pouco.
Uma sensação estranha de reencontro.
Mas como?
Se entre nós nunca houvera encontro.
Eu te propus felicidade.
Momentos felizes... lembras?
Era uma proposta de verdade.
Então foram acontecendo coisas...
Fomos nos descobrindo.
O desejo aumentando.
Alguma coisa nos unindo.
Outras nos afastando.
E nós no meio de tudo isso.
Sem nos conhecermos...
sem nos vermos.
Mas nos sentindo mesmo
estando distantes
um do outro.
Alcançaremos estes momentos mágicos
que te falei?
Será permitido um encontro entre nós dois?
Depende de nós?

O que nos une e o que nos afasta tanto, no entanto?

sonia delsin 


QUANDO NOS BEIJARMOS


Agora é tempo
de esperar.
Mas vai chegar o tempo
de beijar.
Então vamos mergulhar
nas profundezas de
nossos “eus”
e buscar.
Sei que vamos encontrar
as razões
deste procurar.
O universo é imenso
e vai nos mostrar.
Os segredos todos
que tanto procurou
guardar.

sonia delsin 


DEMORA


Nosso tempo sem hora.
Agora se perde a urgência.
Diante da realidade imutável.
Queremos horas de um tempo atemporal.
Somos submetidos a testes de resistência.
Deixamos desfazer-se o sonho.
Desfazer-se esta atmosfera etérea...
Esta que nos joga um de encontro ao outro...
... ou nos unimos na espera.
Nos fortalecemos na expectativa.
Nos agarramos ao que o momento nos oferece...
Ou deixamos tudo se desfazer no ar.
A princesa do castelo o espera...
e o príncipe...
está caminhando de encontro a ela.
Caminha... caminha...
A princesa espera... espera... espera.
O destino que os aproximou...
que cuide de todo o resto.

sonia delsin 


PASSADO

Moras em meu passado
Mas se morto estás por que eu iria me incomodar?
Moras no nunca mais
No jamais
Então...
Então porque o passado pode me machucar?

sonia delsin  


MEU SER

Meu ser
quer entender
este querer.
Que alcançar
este buscar.
Quer enigmas
decifrar.
Quer experimentar.
Quer provar.
Meu ser é um rio
buscando o mar.
Meu ser sonha lhe encontrar.
Ele vive querendo
distâncias encurtar.
E ver o tempo voar.
Meu ser quer lhe tocar...
Ele sabe que vai gostar...

e cansa-se de esperar...

sonia delsin